segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sou real, surreal...


Sempre imploro ao santo sagrado.
Renego vaidades, mentiras me ditas.
Fujo do nefasto, me afasto, mas não sou casto.
Não caço, preservo as diferentes formas de vida.
Sou da lida, da bonança, busco o raro.
Tenho faro apurado, mas não encontro nada.
Persisto... Desisto... Recomeço de baixo.
Abaixo o facho, espreito escondido na moita.
Dou o bote, e com sorte eu acerto.
Mas sou azarado, não consigo algo que me valha.
Sou velho, enferrujado, quase esquecido.
Respiro, permaneço, renasço da cinza.
Mantenho a chama com sentimentos positivos.
Posto-me constantemente pra qualquer luta.
Na hora certa aperto o gatilho.
Um fogo amigo acerta-me pelas costas.
De raspão... Não morro, levanto.
Corro... Corro... Viro à direita, à esquerda.
Em cruzamentos paro no meio.
Leio as placas, sigo as setas.
Me perco de novo, volto...
Rebobino e vejo novas cenas.
Obscenos flashes que não gosto.
Ignoro, imagino belas falenas.
Navego em estranhos devaneios.
Acordo, recordo, me esqueço, loucura...


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